domingo, 16 de outubro de 2011

O verdadeiro: (ser) humano


Quando Pedro e Joaquim fizeram aniversário em 1997, receberam do pai ausente uma grande e avermelhada caixa azul, com envelope escrito : ''esse é o Tob, cuidem dele como se fosse um terceiro irmão, beijos papai.''
 Os meninos, primeiramente empolgados pelo tamanho da caixa, correram para desfazer as fitas que prendiam a tampa de papelão, e então desfrutar do novo presente.
- Um novo irmão, o que será?
- Deve ser um avião!
- Não fale besteiras Pedro, um avião jamais caberia nessa caixinha. - Joaquim, mais curioso, desfez os laços mais rapidamente e junto com o irmão pôde desfrutar do mais novo membro da família.
- Então, Tob é um cachorro?
- Um cachorrinho, que legal! – Pedro pôs as mãos na caixa, tomando-o em seus braços em um forte abraço, como se Tob fosse o mais desprotegido dos seres.
- Eu não gostei desse nome ''Tob'', não combina com ele. – Joaquim acariciava sua cabeça enquanto falava.
- Vejo que ganharam um Husky Siberiano. Ele tem cara de ''Pelos''. – disse o Sr.Jardineiro, aos meninos, enquanto regava suas flores.
- Então ganharam um cachorrinho, do papai? Que fofinho! Oi Pelos! – Laura apalpava o novo membro da família.
- Pelos é legal. – sorriu Pedro e logo Joaquim, rindo das mordidas inocentes do cachorro em suas mãos.
 A chegada de Tob, que agora se chamava Pelos, foi o inicio de uma longa série de aventuras. Fugindo das aulas de francês, piano e de retórica pelas manhãs, nadavam no rio junto com seu mais novo irmão. Nas noites de trovoadas, cobertos pelos lençóis protegiam um ao outro, no silêncio mútuo. Escondiam as melhores comidas para compartilhar entre si, corriam e corriam, eram crianças, eram irmãos.
 - O que você acha se eu pular de daqui? – Pedro estava em pé em um tronco quebrado de árvore, próximo à parte mais funda do rio.
- Eu acho melhor você sair daí. Laura disse poderíamos nadar no raso, nada, além disso. E está chovendo, fica mais perigoso, vamos voltar pra casa.
 - Ela não manda em mim, e nem você! – resmungou, tirando a camisa para pular.
- Pedro, Joaquim, vocês estão ai? O papai chegou, vamos! – alertou Laura.
- O papai! – gritaram juntos, correndo para a casa.
 Seu Carlos estava fazendo uma das suas visitas do mês, a última das duas que costumava fazer. Pilotando aviões e arrumando uma nova madrasta para os filhos, não tinha muito tempo para ficar em casa.
- Onde vocês estavam?
- Pai! – gritou Pedro abraçando-o, seguido de Joaquim.
- Oi meninos. – abaixou seu corpo para envolvê-los em seus braços.
- Estávamos no rio com o Pelos! Mas logo que soubemos que estava aqui, corremos o mais rápido possível.
- Correr não é algo muito educado, e cadê sua camisa? E sua educação? Você não sabe corresponder ao sobrenome que carrega nas costas?
- Pai...
- Vocês estão cheirando mal, quero os dois tomando banho e em dois minutos na mesa para jantarmos.  – Seu Carlos caminhou até a sala, sentando-se ao lado de Laura, intolerante.
- Sabia que eles são duas crianças?
- E o que você quer dizer com isso? – perguntou enquanto acendia seu charuto cubano.
- Fumar na presença de crianças não faz valer o sobrenome que você carrega nas costas. – O silêncio então ocupou o lugar até que os meninos, devidamente arrumados como queria o pai, voltaram. Sentaram à mesa, em seus lugares de costume e jantaram sem perguntas e sem respostas.
- Joaquim, como você é o irmão mais velho, é digno de ser o herdeiro de nossa companhia de aviões. – interrompeu o silêncio desconfortável.
- Até alguns segundos eu pensei que eles fossem gêmeos.  – atacou Laura, provocando.
- Você é mulher, só tem 17 anos não entende nada. Joaquim nasceu primeiro é ele que vai ocupar meu lugar nos negócios. Ainda é novo, mas já tem que aprender a ser um homem para sua futura função.
- E eu, pai?
- Você continue a mudar nomes de cachorros por ai. Olhe para você Pedro, não é capaz de nada, todos mandam em você.
 Acabaram de jantar sem trocas de palavras. Laura tocou um pouco de piano para Joaquim e Pelos na sala, seu Carlos ficou assinando papéis no escritório e Pedro optou pelo quarto, seu terceiro melhor amigo, para afogar suas ingênuas lágrimas.
  A noite, uma mágoa para o filho menor, fez com ele ficasse abraçado em seus travesseiros, chorando.  Ser minimizado por seu próprio pai, mesmo com sete anos de idade, doía. Cochilou, chateado, desejando o outro dia.
- Está na hora de dormimos, você não acha?
- Mas Laura, o papai não vai nos colocar na cama?
- Não bebê, o papai está ocupado – ela o pegou em seus braços, sonolento, e o levou até a cama, com Pelos latindo ao lado.
- Silêncio! Eu não posso carregar dois ao mesmo tempo! – Ela sussurrava, sem vitória para o cachorrinho ao seu lado. Depois de colocar Joaquim na cama, acariciou Pelos procurando a ausência dos latidos, mais uma vez sem conquista.
- O que você quer? Diz, ou melhor, late, mas late baixinho – sorriu Laura. Pelos puxou-a pela calça até a cama de Pedro, latindo em direção à cama.
- A entendi! Você quer ver o seu amigão, é isso? Ele está bem, olhe – Ela tirou o lençol que cobria a cama de Pedro e não encontrou nada além de panos.
- Ai meu Deus! – Pelos correu para fora da casa, latindo para ela, como quem dizia ''eu sei onde ele está, vem comigo''. Laura correu atrás dele, derrubando alguns vasos pelo caminho, fazendo com o que jardineiro, o motorista e a cozinheira acordassem e corressem com ela.
 Pelos, entre a chuva e lama ia em direção ao lago, como um pai preste a perder seu filho, sem parar, sem desistir, fazendo o seu máximo, pelo seu máximo. Os quatro o seguiam com uma certeza: ele sabia o que estava fazendo.
 A chuva forte agitava o rio e tornava o lugar difícil de enxergar qualquer rastro de Pedro, os quatro procuravam desesperadamente quando Pelos trouxe a camisa do menino, deixada no final da tarde.
- Essa é a camisa que ele estava usando hoje mais cedo, ele ainda deve estar aqui. – Disse a cozinheira.
- Vamos Pelos, vamos continuar procurando – sorriu com esperanças Laura, tentando animar não só ele, mas a si mesmo.
 Carlos e Joaquim chegaram alguns minutos depois, ajudando a procurar. A chuva amenizou, as águas estavam mais calmas e nenhum sinal do menino, desesperançado o pai.
- É, não há mais nada o que fazer, vamos voltar e arrumar tudo.
- Arrumar tudo o que? Arrumar o que? Vamos,me diga! – gritou Laura.
- Seu irmão morreu e foi levado pelas águas, aceite isso.
- Cala boca, cala a boca! – Preenchida pela angustia, ela o empurrava com toda força. – Sai daqui, você não merece procura-lo.
 Carlos saiu do local, chamando a polícia que logo ocupava toda a margem do rio. Os moradores da casa continuaram a procurar até o clarear do dia, incansavelmente. Só saíram quando foram obrigados pelos polícias, que só deixaram Pelos, que desde o dia anterior, permanecia imóvel, esperando seu dono.
 - Oi garotão, você está quieto. Você quer me dizer algo? – perguntava o policial, abaixado ao seu lado. Pelos não mostrou nenhum sinal de interesse pelo que ouvia, continuo imóvel olhando para o tronco perto da parte mais funda do rio, um dos lugares preferidos de Pedro.
- O que você tem ai? – O policial levantou o cachorro e pegou a camisa que ele estava deitado, ensanguentada. Não havia mais dúvidas.
 Todos saíram dali, policiais, parentes, empregados, fotógrafos, jornalistas, perícia, menos um, inconformado: Pelos. O corpo do menino foi encontrado preso a troncos caídos no rio, e de acordo com a perícia ele bateu em uma pedra, possivelmente depois de pular de algum lugar, lugar esse que só alguém ali sabia.
  - Você já sabia, não é? – perguntou o menino soluçando, trazendo Pelos para a casa. - Eu sei que você sabia – Joaquim sentou no meio do jardim com o cachorrinho e começou a chorar, abraçando-o.  – Não me deixe sozinho, por favor, não me deixe – ele sussurrava entre lágrimas com o rosto encostado no corpo do único que ainda o entendia. Laura os abraçou e chorou junto a eles, uma perda irreversível, incurável.
- Vou ficar mais tempo em casa – disse Carlos, aos empregados, após ver seus filhos, os que sobraram chorando.
- O problema é: as pessoas só tomam iniciativas em meio a perdas. Ás vezes os animais são mais humanos, do que os próprios homens. O cachorro, sendo o verdadeiro pai, foi o mais humano entre todos . – Ensinou o Sr.Jardineiro.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

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A vergonha e a discriminação

 A pior vergonha é: a de si mesmo. Talvez quando nos aceitamos pelo que somos as coisas sejam mais fáceis, até mesmo para lidar com a repressão de terceiros.
 Indignação de ritmos musicais, estilo de roupa, aparência, gostos. É um punhado de recriminação contra coisas tão banais, que deveriam ser vistas com naturalidade. Vergonha é ser corrupto, ladrão, usar toga e agir como um delinquente.
 Afogamo-nos em nossa própria bolha d’água pelo simples fato de que o mundo, egoísta e guloso, nos impõe seus deveres e princípios. Presos em uma molécula, cercados de imposições cruéis em um oceano vasto e desigual.
 Homossexualismo, deficiências físicas ou mentais, comportamentos incomuns (porém, produtivos) taxados como vergonha. Vergonha de que, ou de quem? Quem cede ao ladrão à liberdade de corrigir aquele que rouba?
 Falta liberdade, oxigênio para afrouxar nosso reflexo real. Falta para o humano : ser humano.

A necessidade das cidades

Até o século XX, o Brasil concentrava a maioria da população no campo, certa de 70%, sua produção e ideias o transformaram em um país agroexportador. Após a industrialização o território brasileiro passou a ser urbano-industrial com a produção na cidade e as ideias urbanas. O consumo aumentou, a circulação que antes era restrita passou a ser ampla-complexa, fazendo a vida urbana não ser mais uma opção e sim uma necessidade.
 Não é de hoje que há elementos atrativos na ''cidade grande'', fortalecendo o velho e famoso êxodo rural. A imagem passada pela vida urbana é: felicidade aparentemente inesgotável, o que de fato já foi desmentido por A+B. A cidade não é o país das maravilhas de Alice, quilômetros de trânsito caótico, criminalidade, poluição, intolerância, falta de respeito, ausência de acessibilidade, moradia. Metros de terra custando cada vez mais caro, sobreviver custando cada vez mais caro.
 E por que mesmo assim é uma necessidade viver no meio urbano? Maior concentração de grandes empresas, logo estarão os melhores empregos  para  os mais qualificados, mais aptos na seleção natural de Darwin. Melhores projetos, infraestrutura, investimentos mesmo que precários sobrepõem-se ao oferecido à vida no campo. A vida rural não é uma realidade para quem fazer uma boa faculdade, arrumar um bom emprego. É na disputada urbana desumana a exclusão ou inclusão dos mais preparados.
 Máquina substituindo o homem do campo acelerou a migração e o cenário das atividades. Busca pelo conhecimento, aperfeiçoamento de técnicas, disputas e concorrências favorecendo os mais ativos, ou seja, aqueles integrados em atualidades, inovações propostas pelos centros urbanos. A busca por melhores empregos e condições de vida depende não só das iniciativas do governo, mas da população em si, não jogando lixo nas ruas, rios, reciclando, limpando um bem comum.
 Mesmo com todos os problemas as cidades oferecem acesso a diferentes culturas, alguns hospitais qualificados, parques, museus, zonas de conforto que possibilitam uma fuga do caos. Sendo uma necessidade, as cidades poderiam promover melhores projetos, inclusão, diminuição da exclusão transformando a vida urbana em uma realidade mais agradável.

O Brasil das vidas secas

Assim como o direito à vida, saciar a fome deveria ser um bem imensurável. Algumas reportagens do globo rural informaram que alguns agricultores guardam suas safras para vender por um preço mais em ''conta''.  Não faltam alimentos, falta uma melhor distribuição dos mesmos e consciência dos danos causados pela ausência desses no organismo. O Brasil, um país faminto, voltando sua produção para o mercado externo enquanto o mercado interno sofre com os impostos e os preços altíssimos, incessíveis para classes mais baixas.
 Dados passados revelaram que existem mais cabeças de gado em alguns países do que a própria população, então não seria contraditória a escassez de alimentos? Talvez, caso o abastecimento não fosse desigual. Outro fator controverso é a fome existir com a construção, aperfeiçoamento de tantas tecnologias. O mundo capitalista dividiu o mundo em dois: culpados e vítimas. E em muitas ocasiões os fatores naturais como grandes vilões.
  Os fatores naturais são responsáveis por uma grande parcela de instabilidade na produção de alimentos, mas não é superior as consequências antrópicas. Clima, secas, terremotos, tsunami, fenômenos que podem ser amenizados (caso de Fukushima), mas não eliminados, são ''aceitáveis'' para explicar certa escassez em determinados períodos. Mas e em terras ''fartas'' para o plantio, qual a desculpa?
 Interesses e instabilidade política, guerras entre países, dentro dos países. Muita terra nas mãos de pouca gente, pouca terra nas mãos de muito gente. Infraestrutura  deficiente, verbas desviadas, hidrovias sem condições para receber grandes cagaras. Rios abundantes servindo de enfeite, comida estragada, abundância desperdiçada. O aumento populacional é um alerta,  se o mundo está comendo mais, que aumente a produção , melhore a distribuição. Países populosos como: Brasil, China e Índia não podem deixar sua população morrer de fome com tanta fartura.
   Não adianta reformas agrarias propostas por deputados, senadores, governadores, presidentes com visão no benefícios dos mais ricos. A diminuição populacional por meio da fome, doenças, é diretamente proporcional a diminuição da quantidade de mãos de obra. Personagens como o de Graciliano Ramos devem ceder lugar à fartura. Assim como José, personagem bíblico fez no Egito, os governantes deveriam pensar racionalmente em uma solução, como por exemplo: diminuição dos preços , aumento salarial, maior e melhor disponibilidade de alimentos.  É irresponsabilidade pensar na fome só amanhã, enquanto milhões imploram e morrer por um prato de comida.

O cotidiano dos ônibus

Motoristas que não param em pontos de ônibus obrigatórios, cobradores desleais usufruindo o bem alheio. Lugares que não são cedidos aos mais velhos, gritaria, intolerância, falta de educação com as leis de trânsito, carros fechando as ruas, agressão verbal, física. Como uma panela de pressão, preste a explodir a qualquer momento.
  É tanta falta de respeito que o que feio feito para o beneficio mútuo transformou-se aos poucos em um estresse a quatro rodas.
 Andar de ônibus nem sempre é uma opção. Opção é quando você tem duas alternativas e opta por uma. Então, qual a alternativa de quem precisa percorrer km até chegar ao trabalho, escola? Caminhar? É claro que não. Então, nesse caso ( real na vida de muitos brasileiros ) andar em transportes comunitários passou a ser uma obrigação, obrigação essa muitas vezes desagradáveis com tanta falta de consciência.
 Não há muitos bens oferecidos a população. Os ônibus, sendo uma necessidade, deveriam ser aproveitados com mais seriedade.

Nós somos o futuro do mundo.

Vivemos em um país da impunidade, onde nossos cofres públicos são roubados, saqueados pelos ladrões de paletó. Assistimos, nos indignamos e esquecemos:  o dinheiro é desviado, usado para benéfico singular e não para beneficio mútuo. E é assim que a roubalheira, a falta de ética e respeito à população segue seu caminho na impunidade desmascarada.
 O brasileiro precisa ler mais, ver jornal, estar informado com sua cidade, estado, país, mundo.   Será normal o quinto ministro do governo Dilma cair? Enquanto a saúde, educação e moradia do país pede socorro, onde pessoas morrem por falta de ambulância, transportes básicos,  remédios  escondidos, perdidos, armazenados na poeira.
 No Pará a falta de estrutura:  cadeias indevidas para alojar os presos, meninas sendo estupradas nos lugares onde os criminosos deveriam pagar por seus crimes, cometem mais atrocidades. Caixa dois, o setor mais investido é o da corrupção. E tudo isso acontece porque mais da metade dos brasileiros são acomodados, acostumados com o inadmissível.
 O Brasileiro precisa estudar. É tão simples : aquele que estuda menos, não questiona,  vota errado,  e os políticos ladrões saem todos beneficiados.  Então o que custa, ou melhor, você sabe o quanto custa sua ignorância?
 Os jornais dizem: nós estamos crescendo. Nós quem? Estamos comprando e não crescendo, ninguém cresce consumindo e sim produzindo. Poucos investimentos na ciência e tecnologia e isso não é coisa de outro mundo, é desse mundo. Adivinha qual é a fórmula do sucesso da China? Isso é aula de história, é jornal, é revista, é atualidade.
 Dinheiro da câmara sendo desviado pelo ministro do Turismo para pagar a secretária. Coitadinho, não?  Seu salário milionário é tão insuficiente para pagar uma simples secretária. O caos, a falta de conhecimento crítico pode ser combatida: educação.
Meu professor de história diz: a barbaridade é boa para o capital. É de fácil compra, da para compra-lo com: cesta básica em troca de votos. Há brasileiros que recebem do governo 130 reais e ‘’sobrevivem’’ com isso, ou seja: estão abaixo da linha de pobreza. E qual a porcentagem da população que sabe disso? Sabe e não faz nada.
 Quantas pessoas não sabem o dia da independência do Brasil, mas sabem o que significa o dia 11 de setembro? E olha que estão no mesmo mês. Hoje o 11 de setembro é o símbolo mundial do terrorismo, da tragédia e da tristeza. Nada justificada os mortos daquele terrível acidente, vitimas do acaso, da má sorte, da intolerância. Mas e os países que os EUA invadiram? Porque os norte americanos passam a imagem de vitimas enquanto nesse exato momento muitos de seus soldados matam no Oriente Médio?
 Nossa atual presidente ganha em torno de 20 mil (ou mais?), então por que diabos o Sarney que só sabe envergonhar nosso governo tem um salário de 60 mil? Por que somos tolerantes a essa sujeira? Onde estão os documentos sobre os zapatistas? Porque ninguém aguenta mais ver os dois aviões atingindo as torres gêmeas. Que sejam feitas também denúncias contra os mocinhos no território Mexicano.
 Vamos estudar, vamos ler as informações. Antigamente as pessoas iam às ruas (em períodos de repressão) e depois de tanta insistência conseguiam suas reivindicações, então por que nos dias de hoje, onde há ‘liberdade de expressão’ as bundas permanecem sentadas nos sofá vendo o que não presta? Caras pintadas, Diretas já, exilados, mortos, torturados. Tudo isso para hoje envergonharmos o Brasil, aqui e lá fora?
 Lula, FHC nos enganaram, ainda há uma esperança: Dilma. E você brasileiro ou estrangeiro, o que vai fazer?


A juventude e a sexualidade

Entrando na adolescência os jovens são submetidos as mais variadas sensações, a juventude em especial é apogeu da ‘experimentação’, descobrimentos e frustrações. Opção sexual, posições, preservativos, masturbação, doenças sexualmente transmissíveis invadem a cabeça no período da transição : infância – adolescência, e entre tantas perguntas confusas,  uma entra em destaque: o que é certo, e o que é errado no sexo? A falta da educação sexual das instituições e até mesmo dentro das casas, entre os parentes, é um dos grandes responsáveis pela instabilidade dos jovens em relacionar sexo como algo natural.
   Ausência de diálogo, transmissão incorreta de informações, uso indevido de preservativos, sociedade adepta de  pensamentos antigos, formam um aglomerado resumido nas mais variadas consequências : gravidez precoce, DST’S, abortos, adolescentes inseguros etc.A infância não é o momento adequado para um esclarecimento amplo, entretanto, um estreito onde é indispensável explicar pequenos detalhes para evitar problemas, desentendimentos mais tarde e até impulsionar os futuros adolescentes a ter firmeza e desde cedo lidar com o normal,normalmente.
 Justificar os sangramentos no final, meio ou fim do mês, os desejos carnais, as vontades de tocar e conhecer seu próprio corpo e o de segundas pessoas. Explicar porque determinadas áreas do corpo são mais prazerosas  e outras menos. Aos poucos, com sutiliza, escolhendo adequadamente as palavras, tornando os jovens capazes de distinguir o correto e o incorreto, optando, ou melhor, tendo a sorte de de escolher com conhecimento.
 Certou ou errado? É obrigação dos pais explicar o básico sobre sexo. Não é estimular, ou ensinar a fazer, e sim prevenir complicações futuras. Desembaraçar mentes na época em que tudo está misturado. A sociedade deve romper com princípios machistas e preconceituosos e tratar do sexo como ele deve ser tratado: naturalmente. Como segunda pilastra, depois dos pais, entra então  a escola explicando as possíveis contaminações durante um ato sexual sem proteção, como: candidíase, gonorreia , sífilis herpes genital , AIDS, entre outras. E é claro os preservativos, no caso o principal deles: camisinha. Possibilitando um rio de escolhas.
 Sexo oral, anal? Bi, homo ou hetero sexual? Sendo caracterizada por um fase de escolhas e características próprias, na juventude muitos jovens ainda sentem vergonha ou medo de sentir desejo ao ver um filme pornô ou uma revista com pessoas peladas, a vontade de tocar no corpo e sentir um prazer só, ou a dois. O preconceito, a descriminação em relação aos desejos (naturais) cria uma capsula de jovens oprimidos , como se fosse errado as diversas sensações, prazeres. É preciso romper com regras antigas e mostrar a juventude a naturalidade do sexo separando o real do fictício, promovendo palestras , incentivando discussões nas salas de aulas , conscientizando em filmes, novelas, entre os jovens em geral.

Os desonestos são responsáveis pela insegurança.

 A desonestidade começa logo cedo, pela manhã. Um cobrador dando propositalmente o troco errado ao passageiro. Um padeiro colocando na sacola um ou dois pães a menos do total que deveria ser entregue.
 Então vamos às ruas, em direção a nossas escolas e trabalhos. O guarda de trânsito sendo subordinado por um motorista inconsequente, um bêbado irresponsável, um ciclista desorientado, um pedestre desonesto.
 Em nosso trabalho o Darwinismo inescrupuloso, amizades desleais, atos desrespeitosos. É exatamente isso: somos cercados de cobras a espera de uma pequena oportunidade para nos devorar.
 Atualmente um tsunami de ladrões, corruptos, mau caráter, destroem e corrompem um dos princípios básicos para a sobrevivência humana: o respeito.  O respeito é base da pirâmide de uma sociedade ética e justa. Apenas e somente respeitando, nos tornamos tolerantes, passivos, nos tornamos realmente: seres humanos.
  Mas na sociedade da instabilidade em que vivemos, infelizmente nem todas as pessoas são honestas. Assim como é fácil taxar um político de ladrão, deveria ser de fácil percepção que a desonestidade não está só no governo, mas entre nós, entre aqueles que não sabem o valor de um esforço, de uma moeda a mais ou a menos.
 Os ímprobos são responsáveis pela insegurança, pelo medo de confiar, depositar expectativas e segredos em segundos e terceiros. Nesse país onde confiar em si mesmo é arriscado, deveríamos praticar (os que estão salvamos desse desastre social), a lealdade mútua, a cooperação, e acima de tudo: o respeito ao próximo, a nós mesmos.
 Enquanto a impunidade vigorar, os baderneiros nas ruas ameaçarem nossos documentos, ladrões de celulares nos ônibus, impostos sem volta como benefícios para a população, ministros corruptos , nós ( a parte salva e limpa dessa sujeira ) devemos nos manter imunes a pior nojeira feita pelo homo ''sapiens sapiens'' : a desonestidade.

domingo, 11 de setembro de 2011

O amor admirável

 Durante a vida, acredito que todos não estão imunes à paixão. Vulneráveis a diferentes sentimentos em diferentes tempos. Apaixonar-se muitas vezes e muitas vezes aprender e errar: tentar.  Não existem paixões que surgem do vento, mas há motivos que nos atraem a outras pessoas quase irresistivelmente.  Um deles é: admiração.
 Admiração é o sentimento responsável por sentirmos respeito, logo sentimos consideração e consequentemente nos tornamos capazes de atribuir (sentir) amor.  Se uma dessas fases é quebrada, alterando o ciclo, o resultado final nunca é o mesmo.
 O amor admirável, respeitável, verdadeiro é construído todos os dias, como um quebra-cabeça infinito onde as peças estão nos mais surpreendentes lugares, ou quem sabe: mais perto do que você imagina.

Os 11 verdadeiros palhaços do reino.

 É difícil ver alguém que não gosto de circo, seja ele o Carreiro ou o de Soleil. Os circos em sua estrutura total são formados por unidades engraçadas que juntas formam grupos incríveis, alguns até inimagináveis. Fazem a plateia manter a boca entreaberta e admirar o espetáculo maravilhoso e encantador. Resumindo sua função: fazem-nos rir, nos fazem bem. Mas há um circo com personagens que diferente daqueles que gostamos não são engraçados, mas fazem coisas inimagináveis e nos surpreendem (todos os dias, cada vez mais). Seus nomes? Deputados, senadores, governadores, prefeitos, presidentes, habitantes do governo deficiente e corrupto que nos governa.
 Quem decretou a seguinte babaquice e estupidez: um  professor (educador) ganhar um salário mínimo enquanto um jogador ganha milhões por jogar uma bola? Futebol é importante, é divertido, é cultura, é nacionalismo, é história, mas não é de lá que saem os verdadeiros reis e heróis. O lucro brasileiro não é dividido de acordo com o grau de responsabilidade, porque se fosse, teríamos uma saúde, educação, saneamento de qualidade. Mas é uma lógica inteligente usada pelos ladrões da política, perceptível pelos mais ''antenados'': quanto menor o conhecimento, maior a chance de manipulação. Por que os governantes dariam uma boa educação para a população, já que é dos leigos que saem os piores votos? Não que os informados (cientes da roubalheira) visando seus lucros também não votem ''errado''.
 Desvio de dinheiro, dinheiro na cueca, dinheiro escondido em bancos estrangeiros, dinheiro roubado, dinheiro público. É uma roubalheira a céu aberto, tão comum e mesmo assim causa tanto espanto. Uma excelente solução para esse teatro de ótimos atores é diminuir os salários propostos, uma maior rigidez na fiscalização do dinheiro público, cassação de mandatos quando comprovadas as mais variadas fraudes, exílio de qualquer atividade administrativa política daqueles que foram contrários à ética exigida.
 Todo um conjunto ético para que o governo brasileiro deixe de ser representado pelas seguintes palavras: suborno, extorsão, fisiologismo, nepotismo, clientelismo, corrupção, propina, peculato.
 O Reino politico compostos pelas mais cômicas figuras foi (é) representado por ladrões sem armas. Ladrões discretos e indiscretos. Seus maiores (melhores?) personagens são:

 Sarney (O rei) - Tráfico de influência, conspiração ao governo Dilma, ocultação de informações à justiça eleitoral e responsabilidade pelos atos secretos. Sessenta mil reais mensais ilógicos, incoerentes. Recebendo em seu palácio (um Hotel) seus melhores amigos, um deles, aliás, representante da Petrobras o que deixou sua faxineira muito insatisfeita e irritada com tanta sujeira espalhada.

 Lula (O Bobo da corte) – sonegação sobre o dinheiro das campanhas politicas, mensalão, crise aérea, dossiê, PAC'S retrógradas, que antagônico não? Logo quando este é o ''querinho'' dos pobres. Eleito um dos melhores presidentes da história brasileira (considerando a falta de  caráter de seus antecessores, isso não deixa de ser uma meia verdade) até a faxineira (atual presidente do Brasil) fazer a faxina geral e desmascarar a sujeira representativa do seu antecessor. Demissão de dezenas de governantes que o Senhor Luiz Inácio manteve, nada engraçado, nada bobo.

 Dirceu (o articulador real) – cassação, formação de quadrilha, peculato, apontado como o criador do mensalão.
 
 Dilma Rousseff (a faxineira) – pobre e indefesa. A pergunta é: quando Dilma poderá exercer suas funções e deixar de demitir mais e mais corruptos que o Bobo da corte deixou para ela como um brinde?  É a faxina ética. Vassoura neles presidente.
 
Jaqueline Roriz (a princesa) - flagrada em vídeo, em 2006, recebendo um maço de dinheiros. E mais incrível de tudo: o Plenário absolveu a deputada.

 Sergio Cabral ( jardineiro ) – acusado de lavagem de dinheiro,  improbidade administrativa, acumulando de uma fortuna ilógica, mandatos corruptos e irresponsáveis.

Paulo Maluf ( irmão do rei ) - Preso em 2005 acusado de intimidar uma testemunha, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, corrupção, crime contra o sistema financeiro, movimentação de US$ 446 milhões em contas em nome de Paulo Maluf no exterior. Apesar de não estar no poder, é tão inescrupuloso como o rei.

 Jader Barbalho (soldado real) - Crime contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, crime contra a fé pública, falsidade ideológica, corrupção, formação de quadrilha, estelionato e lavagem de dinheiro. É o orgulho do estado paraense. Exercendo o cargo mesmo sendo ''aprisionado'' pela lei da ficha limpa que logo teve outra repercussão. Que orgulho.

 Collor ( capitão real) – caçador de ''marajás'' (sendo um),neoliberalismo, privatizações, 2 anos de governo vergonhosos.

 FHC (chefe da inteligência real) implantação do plano Real, neoliberalismo, poucos investimentos sociais. Espertalhão.

 A maior parte da população brasileira (escravos) – habitantes do reino, medíocres e tolerantes quanto a corrupção. Culpados assim como quem governa no cenário de roubalheira.

Hidrelétrica de Belo Monte : progresso ou retrocesso?

 ''Homens'' e índios quase sempre lutaram por terras,no caso,aquelas que  pertenciam a eles,segundo eles próprios.Antes da chegada dos portugueses no século XVI,o território Brasileiro pertencia aos índios e logo após a chegada dos colonizadores houve um certo desiquilíbrio na questão: habitante-dono.Entre relações negociadas e conflituosas,indígenas considerados inimigos e aliados,forte intervenção do poder na mão da igreja católica,os primeiros capítulos de uma peça trágica foi sendo escrita e o cenário em pleno século XXI ainda é o mesmo.
 A relação social está interligada com a interação entre homens,essa por sua vez está presa à natureza que juntos formam o mínimo necessário para a sobrevivência humana.Então porque o homem insiste sem necessidade (além ganancia,despotismo,gula) por em risco o que o mantém vivo? A criação da Hidrelétrica de Belo Monte é a fotografia real da inundação de 500 km²,ameaça a vida no rio Xingu,destruição da biodiversidade,centenas de ribeirinhos e indígenas expulsos de suas terras e a cereja do bolo: a energia gerada será quase toda exportada.
 Belo Monstro,como mais é mais conhecido,é um projeto para a criação de uma Hidrelétrica no Sudoeste do Pará,próximo ao município de Altamira,diretamente ligado com a modificação do percurso e da vida no rio Xingu.Com um alto custo de instalação,hoje estimado em R$ 20 bilhões,será responsável por um elevado impacto ambiental.Os defensores de sua criação defendem que a Hidréletrica depende de uma fonte natural renovável (água) e seu custo de manutenção é baixo.Mas esses esquecem o quanto é variável o valor das manutenções,dependendo da rigidez em relação as normas tecnicas,os impactos podem ser ainda pior e os custos ainda maiores.
 E adivinha de qual bolso sairá os 20 bilhões para a existência do mais novo palco da monstruosidade?20 bilhões que a própria população pagará.Dinheiro gasto enquanto a educação e a saúde desse país permanece precária,escassa,mendigando investimentos dignos.
 Alguns empregos criados,um hospital aqui,uma escola ali para mostrar que algo está beneficiando a população e logo depois (em um futuro não tão distante) quando o Pará (sendo o centro da criação de outras 11 hidrelétricas) estiver atendendo em outros novos interesses,quem lembrará,além dos próprios moradores,crentes das promessas ilusórios,catastróficas e egoístas do que foi prometido e não realizado?
 Irá inundar uma grande área de grupos indígenas e o relátorio do impacto ambiental não foi aprovado (foi aprovado depois de ser reprovado três vezes) por não estar adequado as leis ambientais.As pessoas (diretamente interessadas e prejudicadas) receberam uma indenização e seram remanejedas do local.Talvez para o Ribeirinho que more ali,que vive da pesca e da caça seja uma boa oportunidade para melhorar suas condições de vida,mas e o índio,como fica?Estudiosos indicam que estes contribuíram para o aumento da favelização,logo que sem ter para onde ir,migraram para as grandes cidades,no caso a maior delas: Belém.
 Que fique com o índio,o ribeirinho,os animais o que é seu por direito e justiça.E se há realmente a necessidade de energia,há outras opções como investir em energia eólica,solar,biomassa,renovações nos parques tecnológicos já existente.Opções que garantem benefícios para interessados e futuros prejudicados.
 Priorizando o desnecessário,o poupável,o sem nexo,defensores de Belo Monstro apoiam a dispersão cultural,da vida,dos hábitos.''Antes mundo era pequeno porque terra era grande.Hoje mundo é muito grande porque terra é pequena'' - Parabolicamará.É pequeno tudo o que ainda resta e cômico o quanto o que resta não pode ser tratado igualitariamente com respeito.Homens desrespeitando homens por terras em terras.
 A ganancia tem que ceder espaço a consciência e só assim o especatulo de horror terá um bom final,assim como outros,poucos outros.Hidrelétrica de Belo Monte: belo retrocesso.


Olá senhor prefeito de Belém,

 Vejo quantas obras você tem realizado na grande metropole da Amazônia.Mas agora dizem que é Manaus.''Tanto faz'' para o seu governo não,é?Talvez sim,talvez não,haja vista que isso fere diretamente na qualidade de suas escolhas (perante a população).Falando nelas,quais são mesmo?Nem você sabe,ou sabe?
 Fazendo meu percursso para o curso de inglês vi uma placa ''tem prefeitura aqui'' ou era ''tem governo aqui'' em uma pequena praça.Ignorei as duas vezes que a vi.Dois dias depois,indo para a Redação,perto de uma igreja,em uma enorme placa presa em um porte,vi a mesma placa em cor alaranjada para cegar qualquer morador,''iluminação nesse bairro,aqui tem''.
 Bom,você realizou seus planos: a cegueira belenense,a base para a cegueira estadual e logo a nacional.''Iluminação nesse bairro?'',isso soa uma piada de tão cómico.Você e seus assessores (para que esses servem,mesmo?) jogam restos para a população em uma cor chamativa para que ninguém passe despercebido,não exista a menor faísca de dúvida sobre se está vivo ou morto.Um vivo morto.
 Mas nós deveríamos nos orgulhar,não é?Um prefeito médico.Um prefeito que falsiva um titulo de medicina,isso não é algo de muito orgulho,não é senhor prefeito?Daria tudo para ver sua cara quando a oposição revelou sua pequena mentirinha.Só que mais vergonhoso que sua mentirinha,são os votos que recebeu da população (ciente) da sua falta de caráter.
 Que país é esse Renato Russo?Ver cartazes espalhados nas ruas,os resquícios da tua falta de compromisso,é pior do que ver o prefeito da sua cidade ser  eleito por ter asfaltado todas as ruas da cidade,até aquelas que não precisavam,como é o caso da minha.Podendo pegar esse desperdício de dinheiro para fazer algo útil,utilizando-o para o que realmente merece atenção.E visitar várias casas,inclusive a que eu moro (em período eleitoral,espertamente é claro) prometendo o invisível até hoje,é tão baixo quanto seu mandato.
 Senhor prefeito,pegue seu tempo e pelo amor que tens,use-o para algo importante,ligue a tv para ver as notícios sobre a capital do Pará.Quantas crianças mortas todos os meses na Santa Casa?A hiperlotação do HPSM da 14,Belém em pleno século 21 retratando a escravidão,crianças nas ruas,no sinal,na marginalidade.
 Poupe a mim, e o resto da cidade dessa poluição visual e se for para ''mostrar'' que faz ''alguma coisa'' em outdoor,mostre algo que preste.Vai contratar médicos (médicos com diplomas verdadeiros),criar mais hospitais,comprar equipamentos,dar a povo o que eles pagam para ter.

Senhor ''prefeito''.

sexta-feira, 2 de setembro de 2011

coitadinho,tão estressado?


Cláudio de Moura Castro publicou em uma das edições de agosto da revista VEJA um texto sobre alunos,estresse e comparações.O texto,que também está disponível na internet,contém o seguinte trecho: ''Mas está errado,se há stress,não é por excesso de dedicação,por horas demais diante dos livros,mas por falta de hábito de estudar.''
 Todos concordam ou a maioria parte das pessoas que o número de vagas ofertadas pelas faculdades públicas são inconscientemente um enorme absurdo.Muitos alunos,poucas vagas.Existem também as particulares e suas mensalidades de R$ 3.000,00 o que é racionalmente (para a grande maioria) um mal desnecessário.Os impostos (altíssimos) pagados diariamente deveriam cobrir bens mínimos e um deles é: educação.Uma educação de qualidade e para todos.Mas não é bem assim.
 O Brasil tem faculdades excelentes,tal como profissionais.A exigência de qualificação faz dos que estão dentro e fora do mercado de trabalho pessoas ativas,ou seja,aperfeiçoando seus conhecimentos cada vez mais,adquirindo novas características,habilidades que o deixe apto para a seleção natural.
 Não basta concluir o ensino fundamental,nem o médio e muito menos uma faculdade.Tem que fazer um curso de inglês,computação,ser mestre e doutor em sua área.Nos anos de ensino médio,em especial no terceiro,há uma grande exigência aparentemente entendível pelos pais,professores,família,amigos sobre os alunos para o grande ''vestibular''.
 Os alunos brasileiros tem potencial sim,para alguns faltam oportunidades e para outros força de vontade.Entretanto,considerando apenas esses primeiros,quais as barreiras reais que eles enfrentam?O ENEM (exame nacional do ensino médio) pedido em grandes faculdades brasileiras como UFRJ e UFPA,avalia realmente o conhecimento?Muitas questões,pouco tempo,luta contra o relógio e o pior inimigo: o cansaço.Quarenta questões e depois um redação ''perfeita''?Qual é a mágica?
 A realidade de que nem todos conseguiram uma vaga leva o aluno a condições muitas vezes estressantes sim.Não é só o aluno que não quer ''nada com a vida'' o estressado,mas o dedicado também.Quer dizer que o aluno dedicado,esforçado,não está vulnerável ao estresse ?Equívoco de quem diz e pensa isso.Terminar um programa enorme com dezenas de conteúdos fora da prática ativa social.Aprender tudo sobre todas as materias e no dia da prova resolver questões com 65% do pedido,não é motivo o suficiente para estar estressado?
 A concorrência é assustadora sim.Pense em um bom aluno,presente nas aulas,responsável com o exercícios,organizado.Agora pense nesse mesmo aluno competindo uma vaga com outros 200.O vestibular é uma realidade dos mais aptos.Quantos passam e não fizeram tanto esforço?Quantos ficaram e fizeram melhor que muitas gente?Perderam para o cansaço,o sono,o desgaste,o estresse,para pressão,o medo.Bons alunos competindo pela resistência e não pelo conhecimento.
 Uma pessoa pode ter o habito de estudar frequentemente 12 horas por dia,assim como em outros países,mas estará livre do estresse dado como um brinque aos vestibulandos?Vendo corrências absurdas,conteúdos programaticos gigantescos,greves de professores,deficiência no meio educacional?
 É preciso sentir na pele para julgar.Generalizar é um problema desnecessário e irritante.No estado do Pará,alguns alunos de terceiro ano entram na escola 7:00 e retornam as suas casas 13:50 para voltar para a escola 15:30 e então por um fim em seu dia escolar 18:30.Chegando em casa tomam um banho,comem alguma coisa e estudam a matéria do dia para não acumular até 23:00.Nos finais de semana,quando não estão ocupados com o curso inglês e aulas de redação,estão em aulas extras propostas pelas escolas para terminar o programa do vestibular.
 Estudam,estudam e estudam,assim como alunos de outros estados desde séries anteriores e mesmo assim não estão imunes ao estresse.Coitadinho?E com motivos?Eu acho que sim.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Uma mensagem ao meu melhor amigo


 17 anos,5 meses,3 semanas,1 dia e 8 meses na barriga.Isso pode não parecer nada,é a metade da idade de quem ainda tem muito o que viver,é um terço da idade de quem já viveu muito.Existem pessoas que dizem saber tudo de outras,como a própria palma da mão.Bom,eu quase não sei nada de ninguém e também não tenho o hábito de procurar ter algum interesse em saber tanto assim de outros.Sei algo,sei pouco,sei o suficiente,o necessário.Meu pai,meus irmãos,minha mãe,alguns amigos e familiares.
 Ainda sim,sendo poucos,continuo sabendo o básico.A maioria das pessoas precisam de anos para entender nos outros seus gostos,gênios,humores,preferências,amores e desamores.E mesmo com bodas de ouro,há certos momentos inimagináveis,existe o novo e junto a ele todo um circulo de novidades.Eu,com você,não preciso nem de um segundo para que dos céus você entenda minhas aflições e alegrias a qualquer momento.
 Você é o meu melhor amigo e de longe sabe tudo sobre mim e em detalhes.Sabe mais do que os que dizem saber alguma coisa e na verdade não sabem de nada.Você não vira as costas para mim e não diz 'eu te avisei' quando eu erro depois de tantos alertas.Perdoa uma,duas,três,mil vezes se possível e se for de coração.
 Eu estou na terra e você está no céu,em meu coração e pensamento.Eu escuto seus conselhos e sua voz e logo volto atrás.Vou e volto,volto e vou mais uma vez.Eu escolho o largo e você disponibiliza o estreito,sigo seu caminho e encontro no final da estrada uma riqueza infinita.Pai,amigo,o senhor de todas as coisas.Tão bondoso,misericordioso abraçando e acolhendo multidões.O homem perdido então é achado e eternamente abençoado.
 É difícil acreditar em um homem que nunca vimos,esperando um milagre em nossa fé tão fraca e vulnerável.É tão fácil por neste mesmo homem a culpa de todas as dores.Fácil culpar,difícil agradecer.Imensurável seu amor por nós.Acolhe e guarde senhor.
 Amigo,desejo não estar longe de seus olhos,fazendo por onde em minhas orações e jejuns,colhendo e plantando suas palavras.Desejo sua presença em mim e em todos que habitam o céu a terra.Sua compaixão e que do mar de perdões e amores que molham suas mãos, que uma gota,uma apenas,derrames em todos nós,nos transformando em eternos servos fiéis nos reinos ricos e futuros que habitas.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Pai,


Quantas coisas ruins já falamos com ou sem necessidade? Quantas vezes já nos magoamos e depois de algum tempo surgiram os arrependimentos como se de alguma forma uma parte de nós, a mais importante, estivesse ausente. Uma dor por nos ferirmos.Primeiro eu, depois você e então nós.
 Nos amamos mais do amamos qualquer outra pessoa ou coisa no mundo. Choros, risos, batalhas,mas não sabemos demonstrar isso para nós mesmos e no final parece que todo o esforço não tem um sentindo. Eu faço por você e você faz por mim. Não percebemos, não demonstramos e fica por isso mesmo. Conversas de três minutos, uma conversa mal esclarecida, mal interpretada, mal conversada. O ruim torna-se o pior e a pergunta é tão simples : por que magoar quem tanto te ama?
 Eu não gosto nem de pensar na hipótese de estar em um mundo sem você, independente de estar com o humor de quando seu time ganha ou com estresse causado pelo transito. Eu aprendi a te amar e isso implica que eu aceito o que você é, posso não concordar com mil coisas, mas essas mil coisas nunca serão o suficiente para que deixe de ter um pai e amá-lo, amar tão intensamente ao ponto de sofrer com o pensamento de um dia ser uma segunda opção, uma obrigação.
 Eu nunca quis ter o pai mais forte do mundo, o mais bonito, o mais rico. Apenas um pai para fazer barquinhos de papel com minhas folhas rasgadas, ler minhas redações, guardar os cartões que eu fazia para uma mãe inexistente. Guardando todos em um pasta e escondendo para eu não sofrer. Um pai que me esperasse dormir e pegasse as fotos que eu dormia abraçando, depois de chorar. Um que fosse as lojas comigo e ficasse zombando das roupas que comprasse, do mesmo sorvete nas mesmas sorveterias e do estilo do meu cabelo.
 Um pai simples, trabalhador que enchesse meu peito de orgulho.Não nos conhecemos mais e isso até soa engraçado quando moramos juntos.Com a metade da idade que eu tenho hoje, decidimos ficar juntos. Coube a você criar alguém, logo você que nem sabia estar só. Conseguiu, estava sempre em reuniões escolares, consultas médicas, observando minhas amizades na rua, auxilando meu desenvolvimento. Éramos um plural, agora somos o singular. O que mudou tanto nesses anos? Mudou tão rapidamente ao ponto de eu nem perceber. Percebi e já era tarde, você não tenta mudar, eu tento e não tento. Tentativas inúteis. Quero uma chance, mereço uma.
 Um dia eu ouvi ''temos um ao outro''. Eu respondi ''engraçado, porque é como se eu estivesse só''. E ainda sinto isso, mas aprendi que é melhor estar só à dois, do que a um. Compartilhar a mesma casa mesmo que no silêncio mútuo.O mesmo percurso da escola sem palavras trocadas, apenas sentindo a presença.Eu só quero estar perto de você todos os dias, para sempre. Faz anos que você não ouve isso de mim, talvez com o passar do tempo as pessoas passem a guardar as palavras mais bonitas e sinceras. E as minhas são tão comuns e verdadeiras : eu amo você.
 Só preciso que seja recíproco, demonstrativo e sóbrio. Você é entre os homens, o melhor para mim.


domingo, 7 de agosto de 2011

Pai?


 Pai não é aquele que paga todas as tuas contas e satisfaz todos os teus caprichos caríssimos no shopping para ''compensar'' o que deveria fazer a não faz.Pai não é aquela que da a vida para pagar uma boa escola para você e não te auxilia.É engraçado o que alguns pais fazem, em poucas palavras é dar uma bicicleta, cobrar que pedale e não ensinar como pedalar, como levantar depois de uma queda. Isso não é ser pai, não de verdade.
 É claro que todo mundo concorda que fazer esforço, batalhar por seu filho, é isso que a maioria faz e continuará a fazer, esse é básico, isso também é ser pai, mas não adianta oferecer um oceano, dando um copo. Os pais pressionam os filhos e tomam decisões que deveriam ser singulares,interferem na vida de seus filhos sem pedir licença.Lavam a louça e se possível lavariam cada pedaço de chão que seu filho fosse pisar, fazem tudo e não o deixam fazer nada, mas cobram.Estupidamente. Que tipo de pai é esse?
 Um professor só pode cobrar a matéria até então estudada nas provas e por que então seria diferente em casa, com o pai? O pai cobra respeito, cobra honestidade, dignidade, cobra do filho um futuro brilhante e não é capaz, no mínimo,de transparecer admiração, um referencial respeitado.
 Não basta, vou repetir isso quantas vezes for, pelo menos no meu caso e de meus amigos. Dar a melhor escola, os melhores cursos, os melhores tudo do mundo, sem um isentivo paterno/materno.Os adolescentes em geral são movidos por interesses, mas em suas cabeças não estudar, não completar aquele curso, não fazer X e Y é a demonstração perfeita de repudiação ao que não tem, ao que tem e não quer, ao que deveria ter. Sem um pai confiando, sem um pai animando, sem um pai dizendo ''você vai conseguir'', o jovem sente como um super heroi que tem todos os poderes do mundo e é entre os homens o mais fraco.
 Jovens com capacidade, jovens inteligentes, criativos com fome de inovação, parados no antes, imoveis ao depois por falta de confiança depositada em si. É claro que existem professores, existem amigos, um circulo infinito de interação, mas para aquele que tem um pai ausente, porque quer ou porque é necessário, sabe no fundo de seu coração que nunca será igual ao ter um pai ao 'lado'.
 Pais bons,ou ruins. Não importa o que façam, nunca deixaram de ser nossos pais. Mas entre ter um filho orgulhoso e um filho avergonhado, eu não entendo porque eles optam pela segunda opção.

terça-feira, 26 de julho de 2011

Aceitar o diferente

O diferente é : que apresenta uma diferença,que não é igual. Há diversas formas de encará-lo,podendo aceitar ou ignorar. A mais usada de todas é : discriminação (tratar de forma desigual ou injusta). Seja qual for o motivo,as pessoas não sabem lidar com o incomum e de uma forma grotesca não conseguem estar conformadas humilhando sozinhas, influenciando outras e outras. Não sabem desprezar só, para si e fazem de seus atos algo público,algo ínfimo demais para ser respeitado.
 É tão simples explicar. Eu posso não gostar do internacional (time de futebol porto-alegrense), mas isso não pode justificar minhas atrocidades, falácias,agressões contra o mesmo.Vivemos em uma ''democracia'', onde todos tem ''liberdade'' de expressão, lembrando é claro o quanto essa é deficiente. Mas, voltando ao assunto abordado, muitos não conseguem compreender a liberdade entregue de bandeja e não fazem jus ao suor derramado por quem tanto lutou para colocá-la em nossas mãos.
 Sinceramente o mínimo da convivência humana deveria ser : respeito. Tudo começa por ele. Desde não furar a fila do pão, à entregar o dinheiro que não é seu que caiu de uma velinha na rua. Nossos pequenos atos nos formam grandes pessoas e deve ser por meio desses confirmado o que falamos, passamos, repassamos ao próximo.
 Não basta ficar gritando na frente da televisão o quanto aquele deputado é corrupto se você cruza o transito no sinal vermelho, se joga restos de alimentos nas ruas. Qual a cara que um assassino que matou a facadas vai usar para julgar aquele que matou a tiros? O que eu quero dizer é que as vezes menosprezamos o semelhante. Na verdade o ser humano tem a capacidade de reprimir em terceiros o que ele é. Isso é uma forma de desviar os olhares para ele, isso é uma forma de auto-discriminação, isso é o ''normal'' do desiquilíbrio, sabe por que? Porque é comum, é fácil de encontrar, está aqui e está lá.
 Você tem o direito de não aceitar o deficiente, o homossexual, o autista, o obeso, o ''nerd'' , o negro, o branco o amarelo mas isso nunca disse e nunca vai dizer que é direito seu rebaixá-los como se alguém nesse mundo de hoje fosse realmente superior ao outro. Não aceite, mas respeite.
 

sábado, 23 de julho de 2011

Sentimentos

 O difícil, o que é o difícil? Ele é muito flexível de pessoa para pessoa.O que eu acho fácil você pode não achar. O que esse administra com tranquilidade,o outro reage com dificuldade.Eu,particularmente prezo o respeito.Creio que sem honestidade,humildade e sinceridade tudo ao redor é um poço de mentiras.E envolvendo tudo isso,existe o que nos movem, ou pelo menos a grande maioria : os sentimentos.Talvez não exista bons ou ruins, mas pessoas ruins e boas que os articulam de acordo com seus interesses.O amor não é causa do seu sofrimento,mas sim como você e terceiros guiam seus atos.Os sentimentos são fortes, eles nos dominam até que seja saciada nossa vontade, aniquilada a angústia e um conjuntos de fatores infinitos, impossíveis de serem realizados.
 Devemos educa-los para ficarmos prevenidos de pessoas com menos caráter.Para nos decepcionarmos menos, errarmos menos e principalmente : criar um campo fortalecido ao redor de nós para evitar a entrada de qualquer um que possa destruir tudo o que foi tão difícil de criar. Alguns frágeis, outros como uma rocha, independentemente de como você é,analise,questione, coloque na balança os pros e os contras antes de trazer alguém para sua vida.As pessoas não se valorizam, elas deixam ser enganadas,tampam seus olhos desejando a cegueira da verdade.Abra-os e fique acordado.Antes de amar qualquer um,ame a si mesmo.
 Ame seus cabelos,seu time de futebol, aquele álbum de fotografias inesquecível.Seus verdadeiros amigos, um prato de comida delicioso,um vento arrepiante,um pôr do sol,uma chuva no fim da tarde, as estrelas no céu,o crescimento de uma criança,um sorriso sincero.Busque os sentimentos complementares,comande-os.Não deixe alguém minimizá-los,feri-los ou roubá-los com falsas intenções.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Um desabafo ao meu grande amigo

Bom, são tantas coisas para falar, mas você quer saber de minha nova aventura e de quanto tempo isso vai durar, quantos dias? Quantas horas? Você é meu amigo, não tem como mentir ou até mesmo saber o que será daqui para frente. Você sabe quantos amores tive, quantos eu acreditei ser ‘dessa vez’ e não foi.É até estranho falar, sim eu já senti algo semelhante , já que todos os amores são diferentes, mas não sei como lidar, não tenho controle sobre mim e do que fazer. E só de olhar o nome da pessoa mencionado em nossas outras cartas eu já mudo todos os meus planos. Eu estou bem e mal.
 Amar e ser recíproco como eu sempre disse ,é o que não abro mão. Amei só por um tempo, amamos juntos e agora eu não sei. Mas sei o quanto esse sentimento caminha comigo em quase todos os momentos. Eu esqueço, puxo uma distração e sem dar conta de mim, volto a onde eu queria estar ou até mesmo deveria estar. Não quero sofrer, quero ter um motivo para a batalha, não quero lutar e perder. Tenho que saber onde estou pisando e agora estou pisando no liso. Caio, levanto, paro ,continuo, desisto e prossigo. Posso fazer isso, posso fazer quantas vezes for preciso se souber que aquela pessoa estará comigo. Mas eu preciso que me diga, como uma motivação, um empurrão para seguir.
 Acho injusto perdemos esse sentimento por uma terceira pessoa. Essa terceira pessoa por mais importante que seja para ambos, não pode interferir no que nós dois queremos. Não queremos magoar ninguém, e nessa, acabamos magoando a nós mesmos. Não está sendo fácil e a tendência é piorar. A decisão pela primeira vez não está em minhas mãos, quem decidirá se ficaremos ou não juntos, dessa vez não sou eu. Esse meio entre ir e ficar dói, sufoca. Eu queria que nos amássemos sozinhos, sem ninguém mais sentindo algo por mim .Mas não é assim e sinceramente não pretendo parar, não quando posso fazer o meu grande e novo amor feliz.
 Amizade, amor, confiança. Um triângulo amoroso sendo criando involuntariamente e agora é tarde demais, nós três amamos, mas apenas dois serão felizes, talvez um ou quem sabe nenhum, não sei. Mas eu gostaria de mencionar que meu sentimento é verdadeiro , que eu quero e vou assumir o que for, só preciso de um ‘sim’.Não é justo com nenhum dos três, do fundo do meu coração não quero abalar a amizade de ninguém, mas escolhas são necessárias, e eu já fiz a minha, estar ao lado de quem eu amo, é isso.
 Sinto por transtornos e verdades feridas,sinto principalmente por amar e estar só.

terça-feira, 19 de julho de 2011

Aceitar o diferente


O diferente é : que apresenta uma diferença,que não é igual. Há diversas formas de encará-lo,podendo aceitar ou ignorar. A mais usada de todas é : discriminação (tratar de forma desigual ou injusta). Seja qual for o motivo,as pessoas não sabem lidar com o incomum e de uma forma grotesca não conseguem estar conformadas humilhando sozinhas, influenciando outras e outras. Não sabem desprezar só, para si e fazem de seus atos algo público,algo ínfimo demais para ser respeitado.
 É tão simples explicar. Eu posso não gostar do internacional (time de futebol porto-alegrense), mas isso não pode justificar minhas atrocidades, falácias,agressões contra o mesmo.Vivemos em uma ''democracia'', onde todos tem ''liberdade'' de expressão, lembrando é claro o quanto essa é deficiente. Mas, voltando ao assunto abordado, muitos não conseguem compreender a liberdade entregue de bandeja e não fazem jus ao suor derramado por quem tanto lutou para colocá-la em nossas mãos.
 Sinceramente o mínimo da convivência humana deveria ser : respeito. Tudo começa por ele. Desde não furar a fila do pão, à entregar o dinheiro que não é seu que caiu de uma velinha na rua. Nossos pequenos atos nos formam grandes pessoas e deve ser por meio desses confirmado o que falamos, passamos, repassamos ao próximo.
 Não basta ficar gritando na frente da televisão o quanto aquele deputado é corrupto se você cruza o transito no sinal vermelho, se joga restos de alimentos nas ruas. Qual a cara que um assassino que matou a facadas vai usar para julgar aquele que matou a tiros? O que eu quero dizer é que as vezes menosprezamos o semelhante. Na verdade o ser humano tem a capacidade de reprimir em terceiros o que ele é. Isso é uma forma de desviar os olhares para ele, isso é uma forma de auto-discriminação, isso é o ''normal'' do desiquilíbrio, sabe por que? Porque é comum, é fácil de encontrar, está aqui e está lá.
 Você tem o direito de não aceitar o deficiente, o homossexual, o autista, o obeso, o ''nerd'' , o negro, o branco o amarelo mas isso nunca disse e nunca vai dizer que é direito seu rebaixá-los como se alguém nesse mundo de hoje fosse realmente superior ao outro. Não aceite, mas respeite.
  

Sentimentos

  O difícil, o que é o difícil? Ele é muito flexível de pessoa para pessoa.O que eu acho fácil você pode não achar. O que esse administra com tranquilidade,o outro reage com dificuldade.Eu,particularmente prezo o respeito.Creio que sem honestidade,humildade e sinceridade tudo ao redor é um poço de mentiras.E envolvendo tudo isso,existe o que nos movem, ou pelo menos a grande maioria : os sentimentos.Talvez não exista bons ou ruins, mas pessoas ruins e boas que os articulam de acordo com seus interesses.O amor não é causa do seu sofrimento,mas sim como você e terceiros guiam seus atos.Os sentimentos são fortes, eles nos dominam até que seja saciada nossa vontade, aniquilada a angústia e um conjuntos de fatores infinitos, impossíveis de serem realizados.
 Devemos educa-los para ficarmos prevenidos de pessoas com menos caráter.Para nos decepcionarmos menos, errarmos menos e principalmente : criar um campo fortalecido ao redor de nós para evitar a entrada de qualquer um que possa destruir tudo o que foi tão difícil de criar. Alguns frágeis, outros como uma rocha, independentemente de como você é,analise,questione, coloque na balança os pros e os contras antes de trazer alguém para sua vida.As pessoas não se valorizam, elas deixam ser enganadas,tampam seus olhos desejando a cegueira da verdade.Abra-os e fique acordado.Antes de amar qualquer um,ame a si mesmo.
 Ame seus cabelos,seu time de futebol, aquele álbum de fotografias inesquecível.Seus verdadeiros amigos, um prato de comida delicioso,um vento arrepiante,um pôr do sol,uma chuva no fim da tarde, as estrelas no céu,o crescimento de uma criança,um sorriso sincero.Busque os sentimentos complementares,comande-os.Não deixe alguém minimizá-los,feri-los ou roubá-los com falsas intenções. 

Um desabafo ao meu grande amigo


Bom, são tantas coisas para falar, mas você quer saber de minha nova aventura e de quanto tempo isso vai durar, quantos dias? Quantas horas? Você é meu amigo, não tem como mentir ou até mesmo saber o que será daqui para frente. Você sabe quantos amores tive, quantos eu acreditei ser ‘dessa vez’ e não foi.É até estranho falar, sim eu já senti algo semelhante , já que todos os amores são diferentes, mas não sei como lidar, não tenho controle sobre mim e do que fazer. E só de olhar o nome da pessoa mencionado em nossas outras cartas eu já mudo todos os meus planos. Eu estou bem e mal. 
 Amar e ser recíproco como eu sempre disse ,é o que não abro mão. Amei só por um tempo, amamos juntos e agora eu não sei. Mas sei o quanto esse sentimento caminha comigo em quase todos os momentos. Eu esqueço, puxo uma distração e sem dar conta de mim, volto a onde eu queria estar ou até mesmo deveria estar. Não quero sofrer, quero ter um motivo para a batalha, não quero lutar e perder. Tenho que saber onde estou pisando e agora estou pisando no liso. Caio, levanto, paro ,continuo, desisto e prossigo. Posso fazer isso, posso fazer quantas vezes for preciso se souber que aquela pessoa estará comigo. Mas eu preciso que me diga, como uma motivação, um empurrão para seguir.
 Acho injusto perdemos esse sentimento por uma terceira pessoa. Essa terceira pessoa por mais importante que seja para ambos, não pode interferir no que nós dois queremos. Não queremos magoar ninguém, e nessa, acabamos magoando a nós mesmos. Não está sendo fácil e a tendência é piorar. A decisão pela primeira vez não está em minhas mãos, quem decidirá se ficaremos ou não juntos, dessa vez não sou eu. Esse meio entre ir e ficar dói, sufoca. Eu queria que nos amássemos sozinhos, sem ninguém mais sentindo algo por mim .Mas não é assim e sinceramente não pretendo parar, não quando posso fazer o meu grande e novo amor feliz. 
 Amizade, amor, confiança. Um triângulo amoroso sendo criando involuntariamente e agora é tarde demais, nós três amamos, mas apenas dois serão felizes, talvez um ou quem sabe nenhum, não sei. Mas eu gostaria de mencionar que meu sentimento é verdadeiro , que eu quero e vou assumir o que for, só preciso de um ‘sim’.Não é justo com nenhum dos três, do fundo do meu coração não quero abalar a amizade de ninguém, mas escolhas são necessárias, e eu já fiz a minha, estar ao lado de quem eu amo, é isso.
 Sinto por transtornos e verdades feridas,sinto principalmente por amar e estar só.

Superproteção

Qual é o pai que não quer moldar os caminhos dos filhos?Bons estudos,uma educação de qualidade,faculdade promissora,um emprego, uma família feliz.Uma vida aparentemente perfeita, sem muitos conflitos que dê a ele todo o recheio da vida.Mas ingenuamente muitos pais esquecem que para criar bons homens e mulheres eles precisam primeiro deixá-los livres para as provas da vida.Sozinhos,eles precisam sofrer,lutar,batalhar,criar um carácter individual.É claro que esse será coberto de influências exteriores,mas é assim,somente assim que o menino será um homem, e a menina uma mulher.
 É preciso deixá-los andar com suas próprias pernas,combater com suas próprias armas.Estão criando centenas de pessoas domesticadas a viver na barra da saia da mãe, do bolso do pai.É esse filho que diante de uma fatalidade vai correr da cena do crime,vai esconder a culpa,vai pagar a fiança,estará mais vulnerável à acidentes psicológicos, instabilidade emocional.Não falo como se outras pessoas com uma educação completamente diferente não estivessem vulneráveis também.Porém,quem será o mais apto a batalha, o guerreiro das antigas ou o novo guerreiro?
 É comum alguém dizer ''mas a fulana está mesmo grávida?Nossa,mas ela nem saía de casa''.É dado um oceano a quem tem sede um copo.Os pais devem dar liberdade,soltando a corda lentamente,sem pressa.Deixe seu filho cair,deixe ele usar os braços, olha ele levantando ai.
 A família é essencial para a construção de uma pessoa.Para alguns ela é como uma perna,podemos viver sem,mas é extremamente difícil.Será um ''andar'' literalmente mais doloroso.Mas para outros ela é como um cérebro,para os mais românticos,como um coração.Qual é então o dever da família?Em um filme infantil chamado Lilo e stitch, um dos personagens diz : Ohana quer dizer família,família quer dizer nunca mais abandonar ou esquecer. Nos dicionários, a função da família é assumir ou renunciar funções de proteção e socialização dos seus membros.
 Sim,a família é como um todo,deve interferir quando necessário na vida de seus membros.Deve optar,questionar,conferir,redefinir.Tudo de uma maneira saudável,positiva,construtiva.De uma maneira que não ''estrague'' mais uma para essa sociedade cada vez mais deficiente.Asas ao passarinho para que esse voe o quanto puder.Voe com seriedade, respeito, consciência,humildade.Alguns dizem que os pais criam seus filhos para o mundo e não para si, então que faça de suas ações,o que dizem suas palavras.
 Sem exagero de superproteção e mais atenção ao que realmente importa.

Uma carta ao meu grande amor.

 Aproximadamente 24 horas não somos mais o que éramos.São tantos sentimentos completando meus pensamentos,coração,razão que eu mal posso descrever todos.Não posso porque dói e sufoca,não posso porque não sei diferencia-los,não posso porque até eu não sei exatamente o que estou sentindo,além de dor.Você já sentiu como se um buraco estivesse dentro de você e ele aumentasse a medida em que um nome,um unico nome viesse a sua mente, novamente e novamente?
 Tenho um certo medo,não nego.Gosto da dor que está dentro de mim,quero afasta-lá,quero ser feliz mas tenho receio de que junto a ela vá tudo o que construímos juntos.Lembro de cada tijolo que ergueu aquela casa,do suor,do choro angustiante,da sua voz suave confortando-me para a batalha.Lembro dos gritos e palavras doídas trocadas mas não esqueço do amor no final de tudo.Sua voz, a unica que meus ouvidos pediam ao cair da noite.
 De tudo que amedronta meu coração,o pior é saber da sua futura felicidade sem mim. Egoistamente desejei que sofresse,que lutasse,que voltasse.Racionalmente desejei sua felicidade,que achasse o caminho que tanto busca,o caminho sem minhas mãos.Um futuro brilhante,faculdade,amigos,sucesso.Você merece.Mas tudo isso será sem minha companhia por perto, será que você sentirá minha falta e lembrará de nós,como eu farei?
 Tem tanto de você dentro de mim, não consigo separar o que é você e o que sou eu.Não consigo aceitar, mas consigo compreender.Estamos machucados,estamos sensíveis mas logo passa e outras pessoas viram.Essa é a parte que eu gostaria de não pensar.Não ache que eu queira que você não encontre alguém bom,como sempre mereceu.Só não posso aceitar hoje outra pessoa nos seus braços,que até ontem eram meus.
 Outra pessoa rindo do seu sotaque lindo e as mais variadas mudanças de humor.De como você fala baixinho quando alguém está magoado com você ou de quando pede carinho, sentindo ciúmes e medo de perder.Da sua mão de pianista,do seu talento,piadas pouco engraçadas que eu daria tudo para ouvir novamente.De como resmunga quando quer algo e de como torna-se a coisa mais linda do mundo sorrindo.De como fazia de tudo para nos falarmos a noite,das nossas conversas sobre tudo a qualquer hora,da sua respiração ofegante,das suas tolices,meiguices,da sua perfeição perante meus olhos,de como era a pessoa mais encantadora em meu mundo.
 Eu escolhi,você escolheu.Não estamos de mãos dadas,somos livres agora depois de tanto tempo.Eu não sei até onde escolhas podem nos levar,mas sei que algumas doem ao ponto de querermos arrancar nosso coração.O meu ainda continua com você e eu gostaria que devolvesse se possível,porque eu ainda preciso respirar.
 Mas,se ficar com ele vai retirar um pouco do que sente,pode continuar. Mais do que a minha dor, é saber que o seu coração, tão pequeno e tão meu pode estar ferido.Isso sim é fim para mim. Então saiba que o seu rostinho foi o melhor e o que mais retirou sorrisos dos meus lábios.Meu sorriso,é isso que você sempre foi.
 Posso guardar você de muitas forças.No momento, sinto raiva, dor e um amor gigantesco querendo meu corpo junto ao seu,nossas vidas unidas,nosso futuro um só.
 Fomos fortes,fizemos o improvável,nos completamos na madrugada,dois em um.Lembrar de tudo, mesmo sabendo do fim, é confortante.Saber que encontrei você,que fomos um do outro algum dia e de que tudo foi absolutamente maravilhoso.Meu grande amor,obrigado por ter aparecido e retirado dores em mim, mesmo que eu esteja com algumas, você foi essencial em cada momento, e em cada momento o principal.Assim como ''carneiros poderiam se tornar reais'' e eu ''poderia ouvir a sua voz o dia inteiro'' de alguma forma um pedaço do meu coração continuará com você. Encontre alguém, encontre nossa Valentina, encontre sua felicidade longe de mim. E então eu prometo que seremos felizes, eternamente.


Todos os meus melhores sentimentos para você.

O reino das palavras

 Quantas pessoas já não fizeram a mesma pergunta?Parece banal,fora de contexto,sem sentido algum.Por que essa pergunta quando podemos perguntar quantos gols o Brasil marcou no último jogo, ou quem matou quem na novela? Não é desprezo pelo futebol ou televisão, mesmo porque estão inclusos no reino interminável,maravilhoso,quase inexplicável e ao mesmo tempo secreto,sombrio capaz de roubar mil sorrisos e até mesmo proporcionar dias que parecem intermináveis de sofrimento,angústia.Esse é o reino das palavras.Ele é como uma caixa,mas não uma caixa comum.Inova aqui,inova ali.É o mais belo e criativo de todos onde qualquer um é capaz de criar,emocionar,transformar. 
 E se alguém ainda não entender o poder de uma palavra do reino, seja ela a mais ou a menos,é só olhar ao redor.Quem sorri e é mais forte para encarar os altos e baixos do dia? Aquele que levanta, toma café e vai trabalhar ou aquele que logo ao nascer do sol ouve seja por um sussurro ou um grito exagerado as palavras que encaixam como uma luva nas mãos certas, nos ouvidos esperançosos? 
 Com rima ou sem rima,elas nos movem todos os dias.Concluímos metas,vencemos obstáculos,curamos o incurável,somos o que somos então.Quem nunca desistiu depois de ler ''você retrocede minha vida''? Quem nunca prosseguiu depois de ler ''você é capaz sim''.As palavras exercem em nossa vida algo incontrolável, é um caminhar bambo na estrada,é lutar,perder ou ficar no meio do caminho.
 O grande problema é quando atrasamos nossas vidas,nossos planos por aquilo que deveria ser evitado ler,ouvir,escrever.Aquelas que penetram uma invalidade angustiante demais para continuar andando, nos deixam cegos,surdos e mudos.As vezes somos capazes de distinguir o certo e o errado,mas aquelas palavras,aquelas que gostaríamos de nunca ter tido contato,voltam e parecem que voltam sempre que estamos capazes de então renovar,elas voltam tirando nossas pernas,nossa força e visão,inválidos mais uma vez.
 O reino é tudo.É de lá que saem os discursos dos grandes ditadores,as falácias que movem uma nação.É de lá os pedidos de socorro,orações,despidas e motivação para mais uma grande guerra.Mas é também o lugar das primeiras palavras do bebê,a fala do narrador,o aprendizado do aluno explicando para os pais o que aprendeu na escola.Coisas boas e ruins como infelizmente fomos domesticados a entender e alguns até aceitar.
 Então use, use para o bem,use para arrancar sorrisos,use para modificar o intransformável.Cuide delas,cuide com carinho,agarre as positivas e libere as negativas.Pronuncie incansavelmente as melhores, utilize com delicadeza quando necessário as dolorosas,seja esperto,seja um pouco humano.Agora cuidado com a junção de algumas,elas podem ferir,cavar um poço fundo demais, fundo demais para tampar novamente.Irreversível,talvez tarde demais.Já disse um ''eu te amo'' hoje?

Qual é o sonho do mundo?

 Por que muitos sonhos? Por quando realizamos esse, aparece outro e mais outro e quando percebemos estamos cheios de metas,como em uma corrida pela realização de prazeres e desejos inalcançáveis? Nunca satisfeitos,sempre faltando algo.E se fosse desse jeito e não daquele ? E se fosse daquele jeito e não desse?

 Comerciais mostrando grandes empresários, pessoas de sucesso, realização profissional, emocional. Mas o que é preciso para tal felicidade, para tal complementação? Qual é o sonho de quem sonha ser aquele que vê? Ninguém é 100% feliz, completo, realizado, então por que a mídia nos empurra isso? Estão construindo milhões de pessoas infelizes, infeliz por não alcançar o 'sonho' ideal e falso proposto pelo que vemos. Talvez o que falte no mundo é saber sonhar. Mas qual é o sonho correto?E o incorreto?

Qual o preço de uma amizade?


 Fomos a uma pizzaria, quarta-feira de férias, sensação de ''liberdade''. Convidei muitos amigos sabendo que poucos estariam lá, entretanto os que estavam inicialmente foram confortantes.Éramos 9 e ainda faltavam 2.Pedimos uma,duas,três pizzas a alguns refrigerantes e um suco.Conversamos,comemos,rimos muitos,lembramos,relembramos.Meu melhor amigo disse em restrito envergonhado ''não trouxe o dinheiro para pagar''.Fiz uma careta e sorri confortando-o, isso não era um problema, bom eu achava que não.Disse para ele ficar tranquilo,o importante era ele estar lá, já que para mim,uma pessoa que privilegia primeiramente amizades a presença dele era mais que o suficiente.
  Entre um e outro episódio da novela,fotografias e taças quebradas minhas duas amigas que faltavam,chegaram.Pedimos uma pizza e elas comeram assim como outros que estavam lá,inclusive eu.O combinado era cada um levar 20 reais, pelas contas o total seria de 220, mas sem o dinheiro do meu melhor amigo,seria 200.Elas ainda estavam com fome e todos decidiram comprar mais um,até que uma das pessoas da mesa disse : quero saber se esse dinheiro vai dar.Refleti, elas tinham que comer mais,já que iriam pagar o mesmo que todo mundo,mas o dinheiro seria o suficiente? Resolvi junto com alguns amigos pedir a conta e com o que sobrasse compraríamos mais.
 A conta deu 166, mas com o opcional sairia por 184.Se não pagássemos o opcional, compraríamos a pizza sem preocupação alguma,mas uma amiga decidiu que pagaríamos sim já que como ela mesmo disse ''eles vivem disso''.Uma pizza custava mais ou menos 46 reais,antes de eu ir pagar um amigo meu falou ''pega esse dinheiro é para aparentar que é do teu melhor amigo, da na mão dele''.Dei e na hora de juntar o dinheiro, ele devolveu para mim.Meio desnecessário, mas se ele estava melhor assim, por mim tudo bem.
 Sem contar tudo que eu tinha, levei todo o dinheiro e dei ao caixa,esperando o troco.Quando recebi e contei percebi que tínhamos dinheiro para comprar sorvete. Minhas duas amigas que chegaram por último ainda estavam com fome, em conjunto decidimos comprar lanches para elas e sorvete.Ao sair da pizzaria meu amigo disse ''ei, devolve os 10 reais''.Devolvi confuso e ele explicou ''era só para fazer capa, ele estava constrangido''.Sem os 10 reais, ficou mais impossível comprar sorvete e lanches.A amiga que foi pagar junto comigo viu quando dei o dinheiro ao meu amigo e ficou toda desconfiada e cheia de perguntas que confundiam minha cabeça.
 Não respondi nenhuma, nem menti, nem falei. Talvez tenha omitido, não queria estar diretamente ligado a tudo que eu já está estava entrelaçado. Ao chegar na sorveteria que era bem ao lado, na hora das escolhas sussurrei para minha amiga mais intimida que o dinheiro não cobriria os custos.Peguei o que sobrou e dividi entre alguns e esses dividiriam com outros a metade.Bom, eu dei 2 reais para cada.Muitos devem estar confusos. Sim, eu dei dois reais para cada um, dividir com outros, ou seja, mais ou menos um real para cada.Para minhas duas últimas amigas que chegaram eu dei 5 reais, para contribuir com o lanche.Só que duas pessoas não entenderam e fizeram toda uma confusa desnecessária por absolutamente um real.
 Primeiramente o que elas comeram cobriu os 20 reais obrigatórios que cada um deveria levar, brigar por um real,ultrapassa o limite da mediocridade.Fiquei sem reação,sem palavras para cena tão descabida.Escutei tolices até o ponto que explodi e recolhi o dinheiro que dei para alguns e dei necessariamente para quem estava reclamando.Os que receberem para dividir com os dois neandertais estavam super indiferentes, para eles era tão desprezível o tão precioso um ''real'' que assim como eu, ignoraram.
 Mas algo não pôde ser ignorado ali.Comentários e sussurros, brigas, divisões.O que antes era uma mesa, dividiu-se em três. Será que os neandertais não perceberam que a noite era uma despedida para as férias, o quão importante cada momento. E o mais significativo de tudo : meu melhor amigo.Amigo deles também, vendo toda aquela situação, sentindo-se minimizado e com toda a razão do mundo, vendo que por culpa de neandertais, digladiando-se por tão pouco colocaram em risco uma noite especial, a sensação de um amigo comum a todos.E sabe por que? Por dois reais, ou um real, não sei. E a pergunta é : Qual o preço de uma amizade?

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Renovar

 Algumas pessoas vivem da monotonia,talvez por segurança,talvez por falta de uma outra direção ou quem sabe do medo do diferente,uma frustração futura que pode ocorrer.Por esse ou este motivo as mesmas pessoas fazem as mesmas coisas cada vez mais.Mudar radicalmente é muito perigoso, nunca poderemos adivinhar completamente as consequências, por isso seja mais rápido que uma tartaruga e menos veloz que um avestruz.Além de saudável, mudar é fundamental para uma vida feliz, fortalecida, com a maior probabilidade de vencer obstáculos.
 Comidas prontas em três minutos, ''fast food'' - dizem.Buzinas desse e daquele carro apressado, juntos na intolerância humana.Já,agora!Como maquinhas,todos,ou melhor a maioria, estão sendo programados para ''acelerar''', o problema é saber onde, como e quando isso irá parar.A questão é : quando toda essa correria é quebrada, a ruptura da mesmice fere e aí os caos surge aos poucos,inocente e passeiro (aparentemente) quando você já está estressado, obeso ou desnutrido por falta de tempo para o seu próprio corpo,para sua própria vida.
 Acorde 40 minutos mais cedo, tome um banho diferente, pegue uma garrafa de água e vá correr.Não corra com pressa, desejando logo chegar em casa, aproveite o dia, observe o jamais enxergado,viva.Os passarinhos cantam pela manha,percebe .Não fique o domingo inteiro no computador, compre um livro,leia Lya Luft, Cecília Meireles, Rubem Alves.Compre filmes, quem sabe um caderno de desenho e lápis de cor para pintar.Sim,algo tão simples como desenhar.Vá a igreja,leia a Bíblia, encontre Deus.
 Sente na beira da praia e observe as ondas, tome uma água, construa um castelo de areia.Não fale, ouça ou então não ouça,fale.Na corrida pela pressa o homem esquece de buscar a si mesmo.Privilegia o que poderia ser dispensável e dispensa o essencial.É importante conhecer a si mesmo, saber onde toca o prazer e mudar.Quantas vezes na mesma cadeira as pessoas fazem as mesmas coisas,podendo renovar?

Que lixo é esse?


Não é hoje e nem ontem que essa pergunta percorre em mim sem nunca ter uma resposta, uma apenas.Nós temos a capacidade de dividir o que já é divido, aqui os que tem dinheiro e ali os que não tem.Desse lado : shoppings, casas, prédios e escolas e do outro o lixo, o lixo humano.''Surpresa'' diz o deputado,governador,senador e presidente corrupto.Olha ali o honesto que você votou.Até quando vou viver em um mundo em que pessoas como eu e você disputam um pedaço de carne com os urubus para sua própria sobrevivência, para matar a fome antes que a fome mate com todas elas?''Eu nem sabia que isso existia''.Governantes que nunca sabem de nada, que nunca querem saber de nada e o pior : nunca fazem nada.
 Mais uma criança trabalhando no trânsito e mais uma para assaltar amanhã.Chegando o carro do lixo,animais e pessoas correndo para ''salvar'' o resto do hambúrguer que essa e aquela criança não comeram porque não tinha a marca de maionese que elas querem.Ladrões que nos governam, tira esse paletó que custa uma vida inteira de trabalho pesado do homem do campo e da cidade. Para de fingir, para de ser ridículo, para de roubar nossos bolsos e nosso futuro.Viva ao alienado que sabe tudo sobre a novela das 8 e nada sobre nossa fauna e flora.Viva a Amazônia, viva ao Pará enquanto ele existe (ué, o Pará ainda existe?).Viva Belo Monte que é o progresso do país de ''ordem e progresso''. Adeus chora e lamente o índio despedindo-se da sua terra,mas por que chora e lamentas? Pelos 500 km² de áreas que serão destruídos com a construção de Belo Monte? Limpa tuas lágrimas, não viu no jornal que tudo isso é pensando em nós?Risos,vamos todos rir.
 Viva ainda mais ao Palocci, viva ao governo Dilma que não tem a capacidade de modificar a miséria que é o salário mínimo, mais sabe aumentar sem medidas os bens do ministro-chefe da casa civil.
 Viva ao ex-presidente Lula que fez tantas coisas que disse nunca fazer.Vive você que desfruta de livros, computador enquanto nesse exato momento crianças vendem sua dignidade pelo vício, pela necessidade pela desigualdade.Vivemos em um lixão e não pense você que vestindo uma roupa cara, cheirosa em uma bela casa é diferente daquele que mendiga na rua, não seja ridículo.
 Utilize suas mãos e aplaude Cuba com uma das melhores medicinas do planeta.Compare Cuba e o Brasil considerando não só a extensão territorial, mas também as disponibilidades, você acordará.Pare de idolatrar os Estados Unidos, sim esse mesmo que usa uma máscara sugadora para sugar você.
 Que lixo é esse?

sábado, 9 de abril de 2011

O ontem


 Mesmo que alguns dias eu acorde e reclame de toda minha vida,algo dentro mim,possivelmente a razão, em algumas poucas horas relembra-me a pessoa feliz que sou e principalmente a que fui.Tendo a sorter de nasce onde o contato físico ainda era mais importante e prevalecia a tantas tecnologias.
 Confesso a gratidão, a sorte, de igualmente aos meus amigos mais próximos, ter nascido em 1994.Acredito cegamente na verdade a qual nos diz que a infância vivida por nós, é digna de ser chama de ''infância''.Onde preocupações não existiam, encontrar os amigos era o mais importante entre todas as atividades.Acordar nove horas da manhã e sentar próximo a televisão e ver Chaves.
 Correr na rua e se machucar uma,duas,três vezes e nunca desisti.Lembrar antes de dormir de dizer ''benção papai do céu, benção mamãe do céu'' como nos foi ensinado e possivelmente passado de geração em geração.Acreditar no fácil, a tudo que a nós é dito e repetido.Eu não entendendo as crianças querendo querer crescer, o mundo lindo é o delas,cada uma representa o futuro,uma esperança,uma força.
 Hoje, somente hoje percebo a sorte dada a mim.Eu sem problemas vivia o meu mundo.Dormia toda noite com um machucado novo de minhas aventuras,entretanto , eu não sabia que machucados no coração,já adultos, doía mais.Alguns dias eu era vocalista,em ouns médico chefe e em outros somente uma criança desprotegida no colo da mamãe tentando entender por que o papai do céu levou alguém que eu amava.
 A minha infância foi de longe, a melhor.Muitos amiguinhos e todo verdadeiros, sem o interesse presente hoje.Poucos medos,muitos sonhos.Marcas dos que vivem e dos que se foram,marcas doídas e também felizes.Coisas registradas em fotografia e outras no coração.Nada poderá substituir os meus tempos de criança física,pois acredito que quando é belo,não tem fim só porque todos dizem que tem que ter.

sexta-feira, 8 de abril de 2011

O fim de duas vidas

 O dia não estava como todos os outros, muitas aulas,alguns problemas.A vida dura e ao mesmo tempo feliz de coordenar uma escola.Não importava as escadas,Alberto sempre mantinha em sua aparência uma força inigualável,aparentemente indestrutível.
Vê-lo,homem,professor,amigo,sempre trouxe uma paz a todos.Só que todos sabiam da sua ferida,a nova,incurável,Caê não existia mais.
 Era noite de sábado,enquanto os alunos dormiam,comiam e até mesmo se divertiam,o noticiário das 7:00 informava uma bomba : morre filho de professor de biologia.Impossível uma confusão,sem dúvidas era ele,desfigurado,quase irreconhecível entre a multidão.Muitas perguntas,poucas respostas.Caê agora estava no céu,ou em qualquer outro lugar bom,como todos não cansavam de dizer ao professor.
 Duas semanas após a tragédia,todos incrédulos,enxergavam um verdadeiro milagre.Poucos dias,dias insuficientes,dias dolorosos,mas ali estava Alberto,entrando pela porta mais uma vez,em seus dias intermináveis.Não era o mesmo,faltava um grande pedaço,bravo e talvez revoltado com os caminhos da vida,quem sabe de Deus.
 Sentou-se com sua nova tatuagem,seus olhos cheios de lágrimas como de quem pedia socorro,uma ajuda,uma cura.A sala estava silenciosa quando ele começou a falar ''Caê existe,sempre existiu,eu não entendo e talvez eu não queria entender porque ele se foi.Éramos três,eu,ele e Misha,a cadela.Agora,quem quiser entrar na minha vida,tem que aceitar a Misha''.
 Caê era um gênio,mas esqueceu o inesquecível.Jovem,bonito e rico,perdeu-se no tempo.Sempre rápido,sempre agora,teve a infelicidade de bater em um muro.Seu cérebro,ponto alvo,morte imediata.Agora,ele havia deixado seu pai pela ''pressa'',sua mãe,seus amigos,todos que o amavam.Tarde demais e uma saudade infinita no coração do professor Alberto.

domingo, 20 de março de 2011

Seguro pela estrada

 Sou quase como algum heroi desses contos em quadrinhos com o poder da invisibilidade.Não,eu não sou invisível,mas é como se fosse na maioria das vezes.Sempre em um canto,sempre jogado,sempre lá.Um tão insignificante,dois tão indiferentes.Se soubesse minha importância,se soubesse a quantidade de doenças que ''evitei'' e continuaria a evitar.Bom,isso até o homem substituir-me por algo ''melhor'' como ''sempre'' fez.
 Acho que meu tempo está ficando no passado,isso porque nunca deixei de ser confortável e pratico em inúmeras situações.O problema de agora é mudança,tudo está sendo adequado as tendências da moda e algum dia, creio que não muito distante, não combinarei com a atualidade moderna.
 Penso na quantidade de gente que gostaria de ter-me e não pode.Uns por invalidade, outros representando uma parcela que só tem dinheiro do pão e quando por exceção do destino estou juntos a eles, não sou eu dignamente,mas restos.É quase impossível não saber da minha existência, vivo em propagandas. Amarelo,azul,vermelho,cinza,
preto,falando até!
 Em viagens pouco levado ou mesmo lembrado, em casa quase constantemente no mesmo lugar ou perdido em um compartimento do ambiente.Geralmente meninos gostam,já meninas fazem cara feia.E em dias doentes,quem é lembrado e usado?Quando crianças a mãe sempre gritando '' por que esses pés descalços? Você não sabe que vai entrar bichinhos neles?''
 Sou de muitas marcas,representando tantos nomes,do pequeno pezinho do bebê, ao grande do papai.Livrando seu pé,seu corpo do contato com a sujeira da rua,do contato com a sujeira do mundo.Por enquanto continuo a ser chamado de :chinelos. Porém, minha função de cuidar está dando espaço a estética do mundo ''ideal''.Sou quase como algum heroi desses contos em quadrinhos com o poder da invisibilidade.Não,eu não sou invisível,mas é como se fosse na maioria das vezes.Sempre em um canto,sempre jogado,sempre lá.Um tão insignificante,dois tão indiferentes.Se soubesse minha importância,se soubesse a quantidade de doenças que ''evitei'' e continuaria a evitar.Bom,isso até o homem substituir-me por algo ''melhor'' como ''sempre'' fez.
 Acho que meu tempo está ficando no passado,isso porque nunca deixei de ser confortável e pratico em inúmeras situações.O problema de agora é mudança,tudo está sendo adequado as tendências da moda e algum dia, creio que não muito distante, não combinarei com a atualidade moderna.
 Penso na quantidade de gente que gostaria de ter-me e não pode.Uns por invalidade, outros representando uma parcela que só tem dinheiro do pão e quando por exceção do destino estou juntos a eles, não sou eu dignamente,mas restos.É quase impossível não saber da minha existência, vivo em propagandas. Amarelo,azul,vermelho,cinza,
preto,falando até!
 Em viagens pouco levado ou mesmo lembrado, em casa quase constantemente no mesmo lugar ou perdido em um compartimento do ambiente.Geralmente meninos gostam,já meninas fazem cara feia.E em dias doentes,quem é lembrado e usado?Quando crianças a mãe sempre gritando '' por que esses pés descalços? Você não sabe que vai entrar bichinhos neles?''
 Sou de muitas marcas,representando tantos nomes,do pequeno pezinho do bebê, ao grande do papai.Livrando seu pé,seu corpo do contato com a sujeira da rua,do contato com a sujeira do mundo.Por enquanto continuo a ser chamado de :chinelos. Porém, minha função de cuidar está dando espaço a estética do mundo ''ideal''.