quinta-feira, 13 de outubro de 2011

O Brasil das vidas secas

Assim como o direito à vida, saciar a fome deveria ser um bem imensurável. Algumas reportagens do globo rural informaram que alguns agricultores guardam suas safras para vender por um preço mais em ''conta''.  Não faltam alimentos, falta uma melhor distribuição dos mesmos e consciência dos danos causados pela ausência desses no organismo. O Brasil, um país faminto, voltando sua produção para o mercado externo enquanto o mercado interno sofre com os impostos e os preços altíssimos, incessíveis para classes mais baixas.
 Dados passados revelaram que existem mais cabeças de gado em alguns países do que a própria população, então não seria contraditória a escassez de alimentos? Talvez, caso o abastecimento não fosse desigual. Outro fator controverso é a fome existir com a construção, aperfeiçoamento de tantas tecnologias. O mundo capitalista dividiu o mundo em dois: culpados e vítimas. E em muitas ocasiões os fatores naturais como grandes vilões.
  Os fatores naturais são responsáveis por uma grande parcela de instabilidade na produção de alimentos, mas não é superior as consequências antrópicas. Clima, secas, terremotos, tsunami, fenômenos que podem ser amenizados (caso de Fukushima), mas não eliminados, são ''aceitáveis'' para explicar certa escassez em determinados períodos. Mas e em terras ''fartas'' para o plantio, qual a desculpa?
 Interesses e instabilidade política, guerras entre países, dentro dos países. Muita terra nas mãos de pouca gente, pouca terra nas mãos de muito gente. Infraestrutura  deficiente, verbas desviadas, hidrovias sem condições para receber grandes cagaras. Rios abundantes servindo de enfeite, comida estragada, abundância desperdiçada. O aumento populacional é um alerta,  se o mundo está comendo mais, que aumente a produção , melhore a distribuição. Países populosos como: Brasil, China e Índia não podem deixar sua população morrer de fome com tanta fartura.
   Não adianta reformas agrarias propostas por deputados, senadores, governadores, presidentes com visão no benefícios dos mais ricos. A diminuição populacional por meio da fome, doenças, é diretamente proporcional a diminuição da quantidade de mãos de obra. Personagens como o de Graciliano Ramos devem ceder lugar à fartura. Assim como José, personagem bíblico fez no Egito, os governantes deveriam pensar racionalmente em uma solução, como por exemplo: diminuição dos preços , aumento salarial, maior e melhor disponibilidade de alimentos.  É irresponsabilidade pensar na fome só amanhã, enquanto milhões imploram e morrer por um prato de comida.

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