sexta-feira, 8 de abril de 2011

O fim de duas vidas

 O dia não estava como todos os outros, muitas aulas,alguns problemas.A vida dura e ao mesmo tempo feliz de coordenar uma escola.Não importava as escadas,Alberto sempre mantinha em sua aparência uma força inigualável,aparentemente indestrutível.
Vê-lo,homem,professor,amigo,sempre trouxe uma paz a todos.Só que todos sabiam da sua ferida,a nova,incurável,Caê não existia mais.
 Era noite de sábado,enquanto os alunos dormiam,comiam e até mesmo se divertiam,o noticiário das 7:00 informava uma bomba : morre filho de professor de biologia.Impossível uma confusão,sem dúvidas era ele,desfigurado,quase irreconhecível entre a multidão.Muitas perguntas,poucas respostas.Caê agora estava no céu,ou em qualquer outro lugar bom,como todos não cansavam de dizer ao professor.
 Duas semanas após a tragédia,todos incrédulos,enxergavam um verdadeiro milagre.Poucos dias,dias insuficientes,dias dolorosos,mas ali estava Alberto,entrando pela porta mais uma vez,em seus dias intermináveis.Não era o mesmo,faltava um grande pedaço,bravo e talvez revoltado com os caminhos da vida,quem sabe de Deus.
 Sentou-se com sua nova tatuagem,seus olhos cheios de lágrimas como de quem pedia socorro,uma ajuda,uma cura.A sala estava silenciosa quando ele começou a falar ''Caê existe,sempre existiu,eu não entendo e talvez eu não queria entender porque ele se foi.Éramos três,eu,ele e Misha,a cadela.Agora,quem quiser entrar na minha vida,tem que aceitar a Misha''.
 Caê era um gênio,mas esqueceu o inesquecível.Jovem,bonito e rico,perdeu-se no tempo.Sempre rápido,sempre agora,teve a infelicidade de bater em um muro.Seu cérebro,ponto alvo,morte imediata.Agora,ele havia deixado seu pai pela ''pressa'',sua mãe,seus amigos,todos que o amavam.Tarde demais e uma saudade infinita no coração do professor Alberto.

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