sexta-feira, 2 de setembro de 2011

coitadinho,tão estressado?


Cláudio de Moura Castro publicou em uma das edições de agosto da revista VEJA um texto sobre alunos,estresse e comparações.O texto,que também está disponível na internet,contém o seguinte trecho: ''Mas está errado,se há stress,não é por excesso de dedicação,por horas demais diante dos livros,mas por falta de hábito de estudar.''
 Todos concordam ou a maioria parte das pessoas que o número de vagas ofertadas pelas faculdades públicas são inconscientemente um enorme absurdo.Muitos alunos,poucas vagas.Existem também as particulares e suas mensalidades de R$ 3.000,00 o que é racionalmente (para a grande maioria) um mal desnecessário.Os impostos (altíssimos) pagados diariamente deveriam cobrir bens mínimos e um deles é: educação.Uma educação de qualidade e para todos.Mas não é bem assim.
 O Brasil tem faculdades excelentes,tal como profissionais.A exigência de qualificação faz dos que estão dentro e fora do mercado de trabalho pessoas ativas,ou seja,aperfeiçoando seus conhecimentos cada vez mais,adquirindo novas características,habilidades que o deixe apto para a seleção natural.
 Não basta concluir o ensino fundamental,nem o médio e muito menos uma faculdade.Tem que fazer um curso de inglês,computação,ser mestre e doutor em sua área.Nos anos de ensino médio,em especial no terceiro,há uma grande exigência aparentemente entendível pelos pais,professores,família,amigos sobre os alunos para o grande ''vestibular''.
 Os alunos brasileiros tem potencial sim,para alguns faltam oportunidades e para outros força de vontade.Entretanto,considerando apenas esses primeiros,quais as barreiras reais que eles enfrentam?O ENEM (exame nacional do ensino médio) pedido em grandes faculdades brasileiras como UFRJ e UFPA,avalia realmente o conhecimento?Muitas questões,pouco tempo,luta contra o relógio e o pior inimigo: o cansaço.Quarenta questões e depois um redação ''perfeita''?Qual é a mágica?
 A realidade de que nem todos conseguiram uma vaga leva o aluno a condições muitas vezes estressantes sim.Não é só o aluno que não quer ''nada com a vida'' o estressado,mas o dedicado também.Quer dizer que o aluno dedicado,esforçado,não está vulnerável ao estresse ?Equívoco de quem diz e pensa isso.Terminar um programa enorme com dezenas de conteúdos fora da prática ativa social.Aprender tudo sobre todas as materias e no dia da prova resolver questões com 65% do pedido,não é motivo o suficiente para estar estressado?
 A concorrência é assustadora sim.Pense em um bom aluno,presente nas aulas,responsável com o exercícios,organizado.Agora pense nesse mesmo aluno competindo uma vaga com outros 200.O vestibular é uma realidade dos mais aptos.Quantos passam e não fizeram tanto esforço?Quantos ficaram e fizeram melhor que muitas gente?Perderam para o cansaço,o sono,o desgaste,o estresse,para pressão,o medo.Bons alunos competindo pela resistência e não pelo conhecimento.
 Uma pessoa pode ter o habito de estudar frequentemente 12 horas por dia,assim como em outros países,mas estará livre do estresse dado como um brinque aos vestibulandos?Vendo corrências absurdas,conteúdos programaticos gigantescos,greves de professores,deficiência no meio educacional?
 É preciso sentir na pele para julgar.Generalizar é um problema desnecessário e irritante.No estado do Pará,alguns alunos de terceiro ano entram na escola 7:00 e retornam as suas casas 13:50 para voltar para a escola 15:30 e então por um fim em seu dia escolar 18:30.Chegando em casa tomam um banho,comem alguma coisa e estudam a matéria do dia para não acumular até 23:00.Nos finais de semana,quando não estão ocupados com o curso inglês e aulas de redação,estão em aulas extras propostas pelas escolas para terminar o programa do vestibular.
 Estudam,estudam e estudam,assim como alunos de outros estados desde séries anteriores e mesmo assim não estão imunes ao estresse.Coitadinho?E com motivos?Eu acho que sim.

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