domingo, 11 de setembro de 2011

Hidrelétrica de Belo Monte : progresso ou retrocesso?

 ''Homens'' e índios quase sempre lutaram por terras,no caso,aquelas que  pertenciam a eles,segundo eles próprios.Antes da chegada dos portugueses no século XVI,o território Brasileiro pertencia aos índios e logo após a chegada dos colonizadores houve um certo desiquilíbrio na questão: habitante-dono.Entre relações negociadas e conflituosas,indígenas considerados inimigos e aliados,forte intervenção do poder na mão da igreja católica,os primeiros capítulos de uma peça trágica foi sendo escrita e o cenário em pleno século XXI ainda é o mesmo.
 A relação social está interligada com a interação entre homens,essa por sua vez está presa à natureza que juntos formam o mínimo necessário para a sobrevivência humana.Então porque o homem insiste sem necessidade (além ganancia,despotismo,gula) por em risco o que o mantém vivo? A criação da Hidrelétrica de Belo Monte é a fotografia real da inundação de 500 km²,ameaça a vida no rio Xingu,destruição da biodiversidade,centenas de ribeirinhos e indígenas expulsos de suas terras e a cereja do bolo: a energia gerada será quase toda exportada.
 Belo Monstro,como mais é mais conhecido,é um projeto para a criação de uma Hidrelétrica no Sudoeste do Pará,próximo ao município de Altamira,diretamente ligado com a modificação do percurso e da vida no rio Xingu.Com um alto custo de instalação,hoje estimado em R$ 20 bilhões,será responsável por um elevado impacto ambiental.Os defensores de sua criação defendem que a Hidréletrica depende de uma fonte natural renovável (água) e seu custo de manutenção é baixo.Mas esses esquecem o quanto é variável o valor das manutenções,dependendo da rigidez em relação as normas tecnicas,os impactos podem ser ainda pior e os custos ainda maiores.
 E adivinha de qual bolso sairá os 20 bilhões para a existência do mais novo palco da monstruosidade?20 bilhões que a própria população pagará.Dinheiro gasto enquanto a educação e a saúde desse país permanece precária,escassa,mendigando investimentos dignos.
 Alguns empregos criados,um hospital aqui,uma escola ali para mostrar que algo está beneficiando a população e logo depois (em um futuro não tão distante) quando o Pará (sendo o centro da criação de outras 11 hidrelétricas) estiver atendendo em outros novos interesses,quem lembrará,além dos próprios moradores,crentes das promessas ilusórios,catastróficas e egoístas do que foi prometido e não realizado?
 Irá inundar uma grande área de grupos indígenas e o relátorio do impacto ambiental não foi aprovado (foi aprovado depois de ser reprovado três vezes) por não estar adequado as leis ambientais.As pessoas (diretamente interessadas e prejudicadas) receberam uma indenização e seram remanejedas do local.Talvez para o Ribeirinho que more ali,que vive da pesca e da caça seja uma boa oportunidade para melhorar suas condições de vida,mas e o índio,como fica?Estudiosos indicam que estes contribuíram para o aumento da favelização,logo que sem ter para onde ir,migraram para as grandes cidades,no caso a maior delas: Belém.
 Que fique com o índio,o ribeirinho,os animais o que é seu por direito e justiça.E se há realmente a necessidade de energia,há outras opções como investir em energia eólica,solar,biomassa,renovações nos parques tecnológicos já existente.Opções que garantem benefícios para interessados e futuros prejudicados.
 Priorizando o desnecessário,o poupável,o sem nexo,defensores de Belo Monstro apoiam a dispersão cultural,da vida,dos hábitos.''Antes mundo era pequeno porque terra era grande.Hoje mundo é muito grande porque terra é pequena'' - Parabolicamará.É pequeno tudo o que ainda resta e cômico o quanto o que resta não pode ser tratado igualitariamente com respeito.Homens desrespeitando homens por terras em terras.
 A ganancia tem que ceder espaço a consciência e só assim o especatulo de horror terá um bom final,assim como outros,poucos outros.Hidrelétrica de Belo Monte: belo retrocesso.


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